terça-feira, 20 de setembro de 2011

O mercado, o governo e a mídia na nova economia verde - Vilmar Sidnei Demamam Berna

O mercado não faz política. Quem faz política é o governo. O mercado aproveita as oportunidades que a política oferece.
Os políticos, por sua vez, procuram estar sintonizados com o que a sociedade espera dela. Mercado, políticos e sociedade dependem de informações para fazerem escolhas e tomarem decisões, e é aí que a imprensa deve ser capaz de cumprir com seu papel social de informar e esclarecer ao publico sobre fatos e tendências. Quando se fala em política, é preciso lembrar sobre a importância não só do Poder Executivo, mas principalmente dos Parlamentos, na elaboração das leis e no Judiciário, na fiscalização destas leis.
É no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas Estaduais, nas Câmaras de Vereadores que as leis são feitas.
Elas resultam quase sempre de um amplo debate democrático onde forcas e interesses antagônicos se confrontam até que surja o consenso sobre o que é possível, como está ocorrendo agora com o Código Florestal, como aconteceu com a Lei Nacional de Resíduos Sólidos que demorou vinte anos para ser aprovada. Não é verdade que o mercado prefira uma economia suja em vez da limpa. Para o mercado, o que importa é atender às demandas da sociedade, obedecendo ao que as leis determinam e aproveitando dos benefícios e incentivos que oferece. Neste sentido, o mercado mantém um olho no público e em suas tendências, e outro nas leis que estabelecem políticas e incentivos. Quanto mais bem sucedido o empresário for a interpretar a vontade do consumidor e aproveitar dos benefícios que as leis e as políticas oferecem, maiores as chances de ser bem sucedido nos negócios.
E hoje, o negocio é ser limpo e sustentável. A economia suja, de uso intensivo em recursos naturais, de grande pegada carbônica, poluidora e desperdiçadora, terá cada vez mais dificuldade para prosperar.
Quem precisa aprovar novos empreendimentos que causarão grandes danos ao meio ambiente ja se apercebeu dessa nova realidade.
A sociedade continua demandando por progresso e desenvolvimento, mas não aceita mais que isso se de em desrespeito ao meio ambiente ou de qualquer jeito. A chamada economia 'verde' já aponta como fonte de lucros e oportunidades.
O Governo Federal, por exemplo, tem lançado edital para a compra de energia eólica ou solar ou de biomassa. Trata-se oportunidade de novos negócios e empregos onde antes a produção de energia suja dominava.
Antes, os investimentos em meio ambiente e sustentabilidade eram divulgados timidamente em mídias ambientais especializadas.
Hoje, estão ganhando as paginas das mídias de massa, demonstrando para o grande publico os avanços e resultados no campo da sustentabilidade.
Não se trata de um marketing mentiroso apenas para enganar o publico. Essa época já passou.
Agora a sustentabilidade ganha cada vez mais o coração e as mentes do publico em geral deixando os pequenos círculos de iniciados em meio ambiente.
Por outro lado, se é verdade que muito já vem sendo feito no rumo da sustentabilidade, também é verdade que as forcas do atraso e do progresso a qualquer preço ainda dão as cartas e dominam. Veja a situação do lixo, atribuição dos municípios. Ao lado de experiências modelos de aterros bem gerenciados que aproveitam inclusive o metano como energia, ainda convivemos com milhares de lixões e 'enterros' sanitários revelando um enorme nicho de oportunidade de negócios para o mercado que resolver investir na solução deste problema.
Os entulhos, sobras de construção civil, geralmente um enorme problema para os municípios, se em vez de cobrados para despejar nos aterros já lotados e com a vida útil comprometida, fossem isentos de pagamento se entregues numa usina de reciclagem de entulho, poderiam ainda ajudar na construção de casas populares virando agregado para a fabricação de tijolos ecológicos, feitos prensados, a frio.
Ao adotar políticas de compra sustentável dos ingredientes da merenda escolar ou servida nos hospitais, por exemplo, os governos poderiam incentivar a produção orgânica e local, oferecendo produtos sem agrotóxico e com menor pegada carbônica e ainda incentivar a produção e a fixação das famílias nas áreas rurais do município ou imediações, evitando as migrações para as favelas urbanas.
São exemplos de que é perfeitamente possível mudar por que são mudanças que já estão ocorrendo em diversas cidades brasileiras.
Estamos vivendo numa época em que estas duas economias estão convivendo, lado a lado, e os bons e os maus exemplos disso estão por todos os cantos.
A divulgação dos bons exemplos ajuda a que a sociedade cobre de seus governantes políticas de mudanças para a sustentabilidade, assim como a divulgação dos excessos, dos maus exemplos, ajudam a sociedade a exigir limites e multas cada vez mais pesadas para aqueles que preferem a velha economia, intensiva no uso dos recursos naturais, que não se importa com a pegada carbônica.
A sociedade pode ajudar a acelerar este processo passando a acompanhar mais, através das redes sociais e da internet, o trabalho de seus representantes políticos e interagir com os mandatos deles, com sugestões e criticas.
As ONGs, do chamado Terceiro Setor, podem ajudar, por exemplo, organizando debates públicos e fóruns permanentes de acompanhamento de políticas para manter acesa a chama da mudança para a sustentabilidade e da economia verde, convidando parlamentares, promotores públicos e representantes do governo, exibindo vídeos com os usos e abusos da economia suja sobre a sociedade e as possibilidades e potenciais que a nova economia verde oferece.
E quanto mais a sociedade tiver acesso a informações sobre a nova economia verde e sobre a sustentabilidade, melhores serão suas escolhas, tanto de consumo quanto da pressão por políticas publicas, e maior será a velocidade da mudança no rumo da sustentabilidade.
* Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista, fundou a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental (www.rebia.org.br ) e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente (que substituiu o Jornal do Meio Ambiente) e o Portal do Meio Ambiente (http://www.portaldomeioambiente.org.br/).

Vilmar Sidnei Demamam Berna Escritor e jornalista, fundou a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio Ambiente e o Portal do Meio Ambiente

Um comentário:

  1. Eu sou o Wilfrid Silva Araújo, um garoto muito divertido que que gosta de fazer tudo dentro das regras, que gosta de fazer amizades e sou uma pessoa muito romântico, a moda antiga, que e determinado em tudo no que faz.
    Eu sou uma pessoa muito tímida que gosta de todos os tipos de jogo eletrônicos e cuida da alimentação e do corpo, não só do corpo mas também da cabeça(intelecto).Primeiro de tudo eu prefiro estar perto de Deus,depois vem as outras coisas como família ,namorada, computador, vídeo game, amigos e etc.
    Minhas matérias preferidas são Historia e Geografia mas esse ano esta acontecendo alguma coisa que estou começando a gostar de Matemática e Física, acho que por que estou me interessando mais nelas e por isso estou criando uma certa afinidade com essas duas matérias em especiais.
    A meteria que não gosto muito e de Língua Portuguesa, por que o português e uma língua muito difícil são muitas as regra para serem estudadas.
    O meu maior sonho era servir o Exercito e depois ser Policial e compra um Fusca casar e ser feliz com dois filho, mas agora com a chegada dessa grande oportunidade que e a Escola Profissional as portas se abriram para o meu lado e agora o meu maior sonho e me formar e ser engenheiro mecânico e fazer vários outros cursos como de Língua Japonesa pois pretendo morar lá, Desaine Automotivo e me especializar nessa aria de Automotiva e pretendo inda compra um fusquinha e abrir uma empresa de automóveis, me casar ter filhos e ser feliz.
    Wilfrid Silva araujo-manutençao eutomotiva 'a' nº40>>>>professor esta ai o trabalho que voce pediu sobre as 7 perguntas que estava na lousa,que era para entregar ao Lucy Erix mas eu tinha deixado em casa mas voce disse que podia postar no blog.valew!!!

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